RESUMO: O objetivo de apresentar este trabalho visa resgatar todo um processo de um tipo de aula muito pouco explorado pelos educadores. Para isso utilizamos uma abordagem sócio-interacionista para a interiorização da aprendizagem, em um processo intrapessoal como elemento chave na construção do conhecimento. E, para tal, foi necessário o desenvolvimento de certas habilidades cognitivas, ligadas ao estudo em grupo, que é a ativação da relação intrapessoal e interpessoal na preparação do material a ser utilizado nas apresentações de cada grupo de alunos.
PALAVRAS-CHAVES: Aula-seminário, relação intrapessoal e interpessoal.
Nesta abordagem a aprendizagem é concebida como um fenômeno que se realiza na interação com o outro. Segundo Oliveira (2004) a aprendizagem acontece por meio da internalização, a partir de um processo anterior, de troca, que possui uma dimensão coletiva, neste aspecto, nos propomos a fazer diferente nossa aula, ou seja, em formato de seminários. Segundo Vigotsky, a aprendizagem deflagra vários processos internos de desenvolvimento mental, que são ativados somente quando o sujeito interage com objetos e sujeitos em cooperação. Neste processo, tomamos algumas ações que tornaram possíveis para que todos os alunos nas aulas de ciências e biologia participassem em grupos para pesquisar um tema diferente cada um. Logo após as preparações, que ocorreram uma boa parte delas em sala de aula, espaço cedido nas aulas de ciências e biologia, exatamente com o objetivo de observar a participação de todos neste processo, foram agendados dia e hora para cada grupo socializar o conhecimento adquirido através das leituras e pesquisas que lhes foram inferidos. Chegado o dia dos grupos apresentarem, eles tomavam suas posições a frente e faziam usos dos recursos das quais haviam preparado, os demais grupos que assistiam prestavam atenção, pois era de conhecimento geral os critérios de avaliação, que um dos itens constantes servia para atribuir pontos negativo/positivos tanto aos que assistiam quanto aos que apresentavam. Após as apresentações dos grupos, são feitas inferências que visam somente tornar mais esclarecedor algum ponto que talvez os seminaristas deixem passar, ao mesmo tempo em que a ficha de avaliação é preenchida e discutida com os grupos, a nota é dada em consenso. Os registros destas aulas são muito mais permanentes e faz sentido, são elas: as fotos, os vídeos com as demonstrações do empenho dos alunos. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento intrapessoal[1] e interpessoal, o objetivo principal, não é meramente a aquisição dos conhecimentos das ciências envolvidos neste processo, mas, o crescimento interno, o “quebrar barreiras”, que será para toda a vida.
Abaixo se encontra a ficha usada para avaliar cada grupo de alunos, logo na primeira linha está o espaço para o tema e a data da apresentação, seguido dos nomes dos componentes do grupo. Na coluna dedicada aos critérios, limitamos a dez itens até para facilitar a constituição da nota, cada critério valendo até um ponto, destes itens dois são flexíveis, são eles seriedade e companheirismo, porque são pontos que podem entrar ou sair, independente do grupo já ter se apresentado. Isto é muito importante, devido ao fato do aluno não querer atentar para a vez do próximo grupo se apresentar, por ter garantido sua nota.
Tema: xxxxxxxxxxxxxxxx - data da apresentação: xxxxxxxxxxx
NOME DOS ALUNOS
Critério Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4
Domínio do conteúdo
Voz audível
Clareza de idéias
Postura
Criatividade
Pontualidade
Demonstrações
Leitura fluente
Seriedade
Companheirismo
NOTA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
As aulas-seminário foram sucesso, tivemos a participação de 95% dos alunos, é claro, existem exceções, mas o que conta que é só o começo, muitos desses alunos estão aprendendo a desenvolver uma boa oratória e postura frente a algumas situações desafiadoras diante de uma platéia. Outro ponto positivo são os hábitos de pesquisa e leituras adicionais que complementam os assuntos por eles apresentados, a iniciativa de quererem fazer bonito e sempre na tentativa de superação. Acreditamos que o esforço despendido tenha de fato valido a pena e que estes alunos tenham ao menos uma pequena semente ou mesmo uma pré-prontidão da habilidade de falar em público, postura, autoconfiança e que estas virtudes façam a diferença na vida profissional, familiar, enfim um cidadão melhor.
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
VEIGA, Elizabeth Carvalho. A importância das inteligências intrapessoal e interpessoal no papel dos profissionais da área da saúde. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v09/m31682.pdf%20acessado%20dia%2028/10/08
OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de. O processo de aprendizagem em uma perspectiva sócio – interacionista ... ensinar é necessário, avaliar é possível. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/171-TC-D4.htm%20acessado%20dia%2028/10/08.
Aula-seminário 2008 disponível em: http://www.escolaadventor.com.br/seminario_2008.htm
Acesso dia 12/06/09
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[1] A inteligência intrapessoal refere-se à capacidade do indivíduo de conhecer a si mesmo, controlar suas emoções, administrar seus sentimentos, projetos, podendo assim construir um modelo próprio e utilizar a seu favor na tomada de decisões.